Durante a rotina

O pedido de socorro pode vir de forma sutil. Jamais devemos minimizar o sofrimento do outro”

O relógio desperta. Os olhos semicerrados apontam um novo dia útil. É o momento de labutar. O corpo reluta em gastar a energia que ainda resta. Mas não há tempo para pensar e sentir, o dever chama. A rotina de trabalho para quem carrega uma dor profundamente inexplicável nem sempre é prazerosa. Talvez prazer seja a última palavra do dicionário a trazer significado.

Ideação suicida também acontece no trabalho e são os inúmeros fatores que estabelecem essa conexão. Nátaly Pereira Messia é psicóloga e explica que pessoas com ideação suicida começam a dar sinais gradualmente; seja por gestos ou palavras de que não estão nada bem.

“Há perda de interesse nas atividades que mais gostava de fazer, baixo desempenho nas atividades que realiza, atenção reduzida e choro fácil estão entre alguns dos comportamentos que representam risco”.

Frases

A profissional salienta que o pedido de socorro pode vir de forma sutil. Muitas vezes por meio de frases como “eu não aguento mais”, “estou cansado (a) de tudo” ou “minha vida não tem mais sentido”.

“Quando ouvimos recorrentes frases como estas devemos nos atentar. É mito pensar que as pessoas que dão estes sinais fazem apenas para chamar atenção. Jamais devemos minimizar o sofrimento do outro”.

Diante essa realidade, é importante afirmar que cada pessoa reage diferente em determinadas situações, entretanto, vale ressaltar que esse comportamento pode ser gerado por excesso de carga de trabalho, angústia por prazos não cumpridos, medo de perder o emprego e, ainda, a falta do olhar e respeitar as necessidades do próprio corpo.

“Infelizmente essa realidade vem aumentando a cada dia e buscar ajuda profissional para entender esses sentimentos é a melhor solução. É impreterível entender, primeiramente, que somos seres subjetivos, o que é importante para o outro, as vezes não é para você”. 


Todo conteúdo descrito nesse texto foi aprovado pela psicóloga que concedeu a entrevista

Nátaly Pereira Messia é psicóloga – CRP 08/28444

Graduada em Psicologia pela Unicesumar. Trabalhou com Gestão de Pessoas na Agência Euphoria e foi vice-presidente da Consultoria Jr. Oriente (2016). Atualmente trabalha como Psicóloga Clínica, tendo como abordagem a Gestalt Terapia.