Protegemos a vida entendendo a individualidade dos seres humanos”
O suicídio é o desfecho de uma dor. E essa dor pode se apresentar de muitas maneiras, sejam por palavras ou pela relação da pessoa com ela mesma, com as pessoas, com o mundo, com tudo que a cerca. Via de regra nesse assunto não existe regra.
Se não existe uma diretriz especifica, é importante destacar a possível interferência entre a saúde mental e a forma de uma pessoa expressar sua percepção de mundo. Em algumas pessoas a dor, o incômodo, se expressa de uma forma, como isolamento; mudanças de comportamento; depoimentos sobre o desejo de morrer, de desistir de projetos, em tom de despedida — inclusive nas redes sociais; uso excessivo de drogas; mudanças que geram incomodo nela mesma; falta de planos para o futuro e medidas para colocar todas as contas em ordem, com o objetivo de não deixar nenhum problema para a família.
“O melhor caminho, não o único, é estar atento se uma pessoa começou a agir de uma maneira contraditória do que habitualmente ela sempre foi. O uso exagerado de drogas e bebidas podem evidenciar problemas com a saúde mental. Mas, não é só isso que vai caracterizar que uma pessoa tenha ideação suicida”, afirma a psicóloga Juliana Pimenta de Andrade.
Singularidades
De acordo com a psicóloga, os comportamentos de risco podem, sim, vir a prejudicar uma pessoa. Entretanto, salienta a complexidade do tema. “Um comportamento de risco para um, pode não ser para o outro. Não significa que para todo mundo uma ação terá o mesmo significado”.
A profissional ainda explica que não adianta dizer e acreditar que as pessoas que pensam em suicídio, ou tentam suicídio, têm comportamentos típicos, estereotipados, que são passíveis de identificação com o sofrimento. “Os comportamentos existem, porém, cada indivíduo vivência este momento de maneira diferente”.
Todo conteúdo descrito nesse texto foi aprovado pela psicóloga que concedeu a entrevista
Juliana Pimenta de Andrade é psicóloga – CRP 08/28862
Graduada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pós-graduanda em Gestalt Terapia pela Escola Paranaense de Gestalt-Terapia. Coordenadora e voluntária no Projeto Epoche. Psicóloga atuante na clínica.